O óbito mais recente foi o de Humberto Pessatti, o Betão, 56 (MDB), prefeito de Rio do Oeste (SC), que morreu na terça-feira (15) faltando 16 dias para o término de seus oito anos de mandato à frente da administração
Num intervalo inferior a uma semana, quatro prefeitos de três estados morreram vítimas do novo coronavírus. Desde o início da pandemia, já são ao menos 22 pessoas no exercício do principal cargo nas cidades brasileiras que perderam a vida devido a complicações da Covid-19.
O óbito mais recente foi o de Humberto Pessatti, o Betão, 56 (MDB), prefeito de Rio do Oeste (SC), que morreu na terça-feira (15) faltando 16 dias para o término de seus oito anos de mandato à frente da administração.
As mortes dos titulares provocaram substituição às pressas do candidato às eleições, a posse de uma viúva –que era vice-prefeita– para completar o mandato e até mesmo um prefeito que tentou a reeleição enquanto estava internado para se tratar da doença, entre outras particularidades dos municípios.
A primeira morte de um
prefeito brasileiro ocorreu em 27 de março, em São José do Divino (PI),
envolvendo Antônio Nonato Lima Gomes, o Antônio Felicia (PT), 57. Foi,
também, o primeiro óbito no estado.
A partir dela, óbitos de
prefeitos em outros 14 estados em todas as regiões do país engrossaram a
lista das vítimas da Covid-19 no país, cujo total já passou de 183 mil
mortes.
Na cidade catarinense, que teve três mortes
na pandemia, o vice-prefeito, Luis Carlos Muller, decretou luto oficial
de oito dias devido ao óbito de Pessatti e houve velório aberto à
população.
Segundo a prefeitura, a medida seguiu nota técnica
sobre funerais para mortes ocorridas após 21 dias ou mais do início dos
sintomas. A aglomeração de pessoas foi proibida e a permanência no local
foi restrita à família.
"A população poderá neste horário se despedir respeitando o cordão de isolamento, sendo permitido somente passar perante o caixão", informou a administração no comunicado aos moradores.
Entre domingo (13)
e segunda-feira (14), dois prefeitos paulistas morreram. No domingo,
foi Wair Jacinto Zapelão (PSDB), 56, prefeito de Santa Clara D'Oeste,
enquanto Benedito da Rocha Camargo Júnior, 79, o Dito Rocha, governante
de Pardinho, morreu no dia seguinte.
Zapelão estava internado
em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de Santa Fé do Sul
desde o dia 7, mas foi transferido no dia seguinte para o Hospital de
Base de São José do Rio Preto, onde morreu cinco dias depois.
Já Dito, que foi prefeito de Pardinho em seis mandatos, estava internado em São Paulo.
Com
quatro mortes, São Paulo é o estado com mais óbitos de governantes no
cargo. As outras duas foram as de Antônio Carlos Vaca (PSDB), de Borebi,
e Rodrigo Aparecido Santana Rodrigues (DEM), de Santo Antônio do
Aracanguá.
Na última sexta-feira (11), morreu Farid Abrão
David (PTB), 76, que governou Nilópolis (RJ), na Baixada Fluminense, por
três mandatos (2001-2008 e desde 2017).
Ex-diretor do
Fluminense e ex-presidente da escola de samba Beija-Flor por 18 anos,
ele foi sucedido nos últimos dias do mandato por sua mulher, Jane Louise
Martins David, 74, que era vice-prefeita.
A cidade, que
acumula 246 mortes e 1.995 casos confirmados da doença, terá como
prefeito a partir de 2021 Abraão David Neto (PL), 40, sobrinho do
prefeito morto.
Ainda em dezembro, no dia 6, morreu José Reinoldo Oliveira (MDB), 61, que governava Santa Maria do Oeste (PR). Ele, que foi internado em Ivaiporã e, depois, numa UTI em Curitiba, é um dos três óbitos confirmados no município.
Além das cinco mortes de dezembro,
em novembro houve outras três. Em São Braz do Piauí (PI), o prefeito
Nilton Pereira Cardoso (MDB), 53, morreu em 5 de novembro. Ele, que era
candidato à reeleição, foi substituído por sua filha, Deborah Cardoso
(MDB), que venceu a disputa dez dias depois.
No dia 20, foi o
prefeito de Santa Terezinha, Geovane Martins, o Vanin de Danda (Avante),
51, quem morreu. Ele estava internado desde o início do mês no Recife e
seu nome foi às urnas com ele no hospital. Teve 38,93% dos votos e
ficou em segundo lugar na eleição do dia 15.
No dia 24, Wilson
da Silva Santos (PSDB), 73, de Jussara (GO), morreu de complicações da
doença, após cerca de dois meses de internação.
A Covid-19
gerou um imbróglio sem precedentes na história política de Araguanã
(TO), onde o prefeito Hernandes da Areia (DEM), 54, morreu ainda no
começo da pandemia.
Ele era vice-prefeito, mas assumiu o
governo após o titular renunciar, em 2017. O presidente da Câmara, seu
substituto imediato, morreu enquanto Hernandes estava internado.
Sobrou
à vice-presidente do Legislativo, Irene Duarte (PSD), assumir o cargo,
primeiro interinamente, depois por meio de uma eleição indireta. Ela não
tentou a reeleição no último mês.
No Sudeste, também morreram
os prefeitos de Duas Barras (RJ), Luiz Carlos Botelho Lutterbach (PP), e
Água Doce do Norte (ES), Paulo Márcio Leite Ribeiro (PSB) e, no Sul,
Valdir Jorge Elias (MDB), que governava Viamão (RS).
No
Nordeste, as vítimas foram os governantes de Paraibano (MA), José Hélio
(PT), Santa Quitéria do Maranhão (MA), Alberto Moreira da Rocha (PDT),
Ingá (PB), Manoel Batista Chaves Filho (PSD), e Santana do Ipanema (AL),
Isnaldo Bulhões (MDB).
Já na região Norte do país, os prefeitos de Redenção (PA), Carlo
Iavé Araújo (MDB), e Igarapé-Açu (PA), Nivaldo Costa (SD). No
Centro-Oeste, morreu Fabio Mauri Garbugio (PDT), que governava Alta
Taquari (MT).
por Folhapress