Com média de mil casos semanais de coronavírus e diversas pessoas descumprindo o distanciamento social em várias partes da cidade, a prefeitura de Feira de Santana decidiu aumentar o rigor das restrições, pois não há previsão de novos leitos específicos para a Covid-19. As medidas serão anunciadas nos próximos dias, segundo o Acorda Cidade.
A coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus, a infectologista Melissa Falcão, afirmou que as restrições estão sendo avaliadas para que tenham menores impactos principalmente no comércio, a fim de que não aprofunde a crise econômica.
“Vamos ter que aumentar de alguma maneira o rigor das nossas restrições. Vamos analisar como isso será feito, mas passamos por um período de só fiscalizar e o que estamos vendo é que as regras não estão sendo seguidas em grande parte. Estão acontecendo festas, confraternizações de empresas, então a empresa que faz uma confraternização em um momento como este acaba promovendo um surto de coronavírus dentro da empresa”, destacou a médica.
Ela lembra que o ano de 2021 depende do comportamento da população no final de 2020. “Tivemos um ano tão difícil, de afastamento e sofrimento, e precisamos agora mais que nunca exercer a nossa fraternidade, botar o espírito de Natal para prevalecer e nos unirmos num objetivo único de controlar essa pandemia”, acrescentou Melissa.
Maior número
A coordenadora frisa que, em dezembro, o número de casos em Feira de Santana já ultrapassou o do mês do pico da pandemia, na primeira onda. “Está chegando o Natal. Achávamos que estaríamos em uma situação melhor, mas na verdade estamos chegando em nosso pior momento. Tivemos nas primeiras três semanas de dezembro, 3.417 casos em três semanas, ou seja, são mais de mil casos semanais. Em 26 de junho tínhamos 3.066 casos, três meses após o primeiro caso. E agora em apenas três semanas, já ultrapassamos esse número. É uma situação realmente bem delicada, apesar de todos os avisos da imprensa, vemos que as pessoas não estão cumprindo o isolamento. Não estão tendo medo”, acrescentou.
Como a ocupação dos leitos está em praticamente 100% nas redes pública e privada, as unidades de saúde estão tendo que escolher quem será encaminhado primeiro para a UTI. “Quem convive mais diariamente, como quem trabalha nas unidades hospitalares está vendo isso mais de perto. A situação realmente mexe muito com a gente. A gente vê famílias internadas. Muitos casais idosos internados, filhos internados na mesma ala que os pais[...] Quem precisar de internamento não consegue de maneira imediata. Temos que escolher quem vai primeiro para a UTI, isso na área de saúde é terrível. Acontece na rede pública, mas nunca imaginei que até na rede privada a gente ia passar por uma situação dessa”, finalizou.
Estão entre as medidas já adotadas pela prefeitura nesta segunda onda do coronavírus: o aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas; a intensificação das fiscalizações; horário do comércio estendido para reduzir aglomerações nos espaços; proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos; impedimento de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol.
Por: Redação BNews