A ex-presidente Dilma Roussef (PT) reagiu ao artigo da jornalista Miriam Leitão, do O Globo, publicado neste domingo (24), e que traça um paralelo entre o impeachment da petista em 2016 e o destino do atual presidente Jair Bolsonaro.
No texto, Miriam minimiza a "singela pedalada" de Dilma diante da incompetência e descaso do governo Bolsonaro frente às mais de 214 mil mortes decorrentes do novo coronavírus.
A ex-ministra da Casa Civil se manifestou por meio de nota publicada em seu site oficial e compartilhada em seus perfis nas redes sociais. Segundo Dilma, a jornalista comete um "sincericídio tardio" ao reconhecer que a ex-presidente foi tirada do cargo por "preciosismo fiscal".
"Miriam Leitão comete sincericidio tardio em sua coluna no Globo de hoje (24 de janeiro), ao admitir que o impeachment que me derrubou foi ilegal e, portanto, injusto, porque, segundo ela, motivado pela situação da economia brasileira e pela queda da minha popularidade", diz Dilma Roussef.
"Agora, Miriam Leitão, aplicando uma lógica absurda, pois baseada em analogia sem fundamento legal e factual, diz que se Bolsonaro “permanecer intocado e com seu mandato até o fim, a história será reescrita naturalmente. O impeachment da presidente Dilma parecerá injusto e terá sido.” O impeachment de Bolsonaro deveria ser, entre outros crimes, por genocídio, devido ao negacionismo diante da Covid-19, que levou brasileiros à morte até por falta de oxigênio hospitalar, e por descaso em providenciar vacinas", continua a petista.
Dilma explica que a relação entre ela e Bolsonaro não é de analogia, mas sim de "causa e efeito", e lembrou que tanto Miriam Leitão quanto a Rede Globo foram "cúmplices" do processo que a tiraram do Palácio do Planalto.