O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu o fim da Lava Jato no Paraná, anunciado nesta semana, e voltou a criticar o ex-juiz Sergio Moro.
Apesar de reconhecer os méritos no combate à corrupção, o magistrado acusou Moro de ser o “chefe” da operação, ao invés de exercer o papel de juiz. Segundo ele, a força-tarefa estava em um momento de “descolamento institucional”, citando as mensagens trocadas entre o então juiz federal e os procuradores da Lava Jato.
“Todos os fatos revelados indicam que a Lava Jato estava em outra estratosfera, sequer pertencia à Procuradoria-Geral da República. Você não via ninguém ali. Não via presença de um corregedor […] Quem é o chefe da Lava Jato, segundo os diálogos vazados? É o Moro, a quem chamam de russo. Dizem que seguem código penal da Rússia. É um descolamento institucional. Por isso talvez essa importância de regresso ao Brasil. Talvez tenham que reestabelecer relações institucionais via Gaeco”, disse Gilmar Mendes em entrevista à CNN Brasil.
Gilmar Mendes afirmou ainda que espera julgar a suspeição de Moro, movida pela defesa do ex-presidente Lula, ainda no primeiro semestre deste ano e criticou a atuação do ex-juiz como Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, cargo exercido entre janeiro de 2019 e abril de 2020.
“Fiquei com a impressão que ele se dedicou ao embate parlamentar e reformas do Congresso, mas não cuidou do bom legado do governo anterior, que criou excepcionalmente o Ministério da Segurança Pública. Isso trouxe para a União o dever de coordenar ações nesse sentido. Isso precisa ser enfatizado e retomado”, cobrou Gilmar, referindo-se principalmente a problemas nos presídios”, analisou.
Agência Brasil