O novo ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), afirmou ao jornal Folha de São Paulo que está em meio ao fogo cruzado do presidente nacional do DEM, ACM Neto, e do ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM). O ex-prefeito de Salvador se disse "surpreso" com a ida do apadrinhado para a pasta do governo do presidente Jair Bolsonaro.
"Ele [ACM Neto] está aborrecido com minha decisão. Estou sendo afetado por uma briga entre Neto e Rodrigo. Eu precisava cumprir a missão do meu partido", afirmou Roma. "A missão é muito grande. É uma oportunidade de ajudar muita gente. A missão desse ministério é não deixar ninguém para trás e ajudar aqueles que precisam. E é a isso que vou me dedicar", completou.
Em nota, Neto negou que tenha indicado Roma para a pasta e se isentou de qualquer relação com Bolsonaro. "Considero lamentável a aceitação, pelo deputado João Roma, do convite do Palácio do Planalto para assumir o Ministério da Cidadania. A decisão me surpreende porque desconsidera a relação política e a amizade pessoal que construímos ao longo de toda a vida", declarou, em nota.
"Se a intenção do Palácio do Planalto é me intimidar, limitar a expressão das minhas opiniões ou reduzir as minhas críticas, serviu antes para reforçar a minha certeza de que me manter distante do governo federal é o caminho certo a ser trilhado, pelo bem do Brasil", completou.
O comentário foi feito minutos depois de o ex-presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), tecer um ataque contra o ex-prefeito de Salvador. "ACM Neto mostrou hoje o seu caráter", escreveu, sinalizando que o baiano teria participado da negociação para que Roma fosse o escolhido para a pasta pelo presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, corre a informação que o DEM teria facilitado a eleição de Arthur Lira (PP) na Câmara em troca de espaços no governo - contrariando o desejo de Maia, que apoiou a candidatura de Baleia Rossi (MDB).
Por: Redação BNews