O vereador Dr. Jairinho, preso preventivamente acusado de ter matado Henry Borel, seu enteado, foi citado em 37 ligações feitas ao Disque Denúncia do Rio de Janeiro. A maioria delasestá associeada com as eleições municipais com menção aos bairros de Bangu, Padre Miguel e Realengo, na zona oeste da cidade, reduto eleitoral de sua família.
Segundo levantamento feito pela Folha de S. Paulo, a possível associação do vereador com milicianos, bicheiros ou traficantes é o motivo comum, mas cada denúncia pode ter mais de uma razão. As pessoas também citaram Jairinho relacionado ao do pai, o ex-deputado estadual Coronel Jairo, ambos eleitos pelo partido Solidariedade.
Em agosto de 2008, três milicianos armados invadiram um condomínio em Bangu para colocarem placas de propagandas eleitorais do candidato a vereador “Jairinho” , diz uma das denúncias, que ainda fala que os residentes do local estão “horrorizados com a quantidade de placas, mas não podem removê-las por medo”.
Outradenúncia, cinco dias depois, falava que todos os dias podiam ser encontrados vários traficantes em Realengo obrigando os moradores a votarem no vereador, e que eles teriam sifo pagos para isso, “com o patrocínio do pai”.
A segunda razão mais citada nas denúncias fala sobre a suposta compra de votos. Em julho de 2004, ainda de acordo com a Folha, uma pessoa diz que o vereador realizava essa compra por meio de distribuição de cestas básicas nas comunidades. Em seguida, dois relatos afirmam que o candidato “ordenou que indivíduos (não identificados) fizessem um buraco” em uma rua em Realengo para levar água para outra área “em troca de votos”.
Três denúncias citaram, em 2014, o uso de obras e programas públicos para garantir votos. Festas e bailes funk supostamente patrocinadas pelo vereador são mencionadas seis vezes.
O último relato, e mais grave, menciona dois homicídios ocorridos em janeiro de 2009, dentro de um bar em Bangu. Um dos homens assassinados teria trabalhado para Dr. Jairinho e Coronel Jairo.
BN