Com a saída dos baianos Elmar Nascimento e Antônio Brito, a disputa pela presidência da Câmara se redefine antes da votação. |Divulgação |
Se algum apostador, logo após o São João de 2024, fizesse uma fezinha na substituição do deputado Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara, certamente teriam altas chances de retorno se apostassem nos parlamentares baianos Elmar Nascimento (UNIÃO) e Antônio Brito (PSD), que comandavam as bancadas de seus partidos na Casa e tinham grande aceitação entre os colegas e muita aproximação com o xerife alagoano que por quatro anos seguidos deu as cartas na Câmara.
Mas seis meses se passaram e, com eles, muitos acontecimentos mexeram com o quadro político que se desenhava para a Câmara a partir deste ano. O resultado das eleições municipais, a pressão do STF para acabar com a farra do orçamento Secreto, o avanço das investigações sobre os intentos golpistas do núcleo duro do governo do ex-presidente Bolsonaro, além do desgaste constante do governo Lula, foram fatores que mexeram no tabuleiro que estava armado para a eleição deste sábado (1 de fevereiro).
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que corria por fora contando com a simpatia do presidente Lula e com o apoio dos evangélicos, atropelou a concorrência e chega ao pleito deste fim de semana praticamente sacramentado como novo presidente da Casa. Apenas as diminutas bancadas do PSol e do Novo, que juntas somam apenas 17 dos 513 deputados, não devem votar em Motta.
Além da saída dos deputados baianos do páreo para comandar a Câmara, os poucos cargos que ainda sobram na composição da Mesa Diretora para o biênio 2025/2026 não têm um parlamentar baiano sequer entre os cotados.
A primeira vice-presidência deve ficar com o bolsonarista Artur Cortes (PL-RJ). A escolha do segundo vice ainda está em negociação e o UNIÃO, com a força de seus 59 deputados, quer ficar com o posto - mas, novamente, nenhum deputado baiano figura entre os favoritos do partido para a vaga. A primeira Secretaria, que cuida da parte administrativa da Câmara, deve ficar com o petista pernambucano Carlos Vera.
Aos deputados baianos, sobraram apenas as disputas internas dos respectivos partidos e a externa com parlamentares do UNIÃO, PSD, PP, PL, PT e MDB pelas titularidades da 2ª, 3ª e 4ª Secretarias. Até o fim desta semana, os eleitores baianos saberão de fato qual o grau de prestígio e influência que os deputados por eles ungidos têm na Câmara Federal.
Fonte: BNews